O problema não está, pois, nas Regiões (ou na Tabanca, como se costuma dizer), ou de quem nelas se revê, culturalmente, mas na forma distorcida como a realidade do País é vista a partir da Cidade.
Essa contradição, que deixa
marcas, na dinâmica dos Povos, é que dita (historicamente falando) a
necessidade de reajustamentos, a vários níveis: na educação, na economia, na
política e nos valores sociais dominantes.
Essa necessidade é uma constante
da história. No Mundo Ocidental, assim teve de ser, no decurso do Século XIX,
como emanação e reflexo da Revolução Francesa.
Os Países que mais cedo se
reajustaram à realidade sociológica dos seus Povos, tornaram-se progressivos e
triunfantes (Estados Unidos da América, Inglaterra, França e Alemanha).
Os que mais tarde o fizeram,
permaneceram na cauda do desenvolvimento.
Noutros quadrantes do Mundo,
custou a perda de Impérios grandiosos (a China e a Rússia) e um recomeço
doloroso (através da Revolução), que ainda subsiste.
Se considerarmos que as Nações
que se afirmam no Mundo que, hoje temos, levaram séculos, senão Milénios de
gestação (caso da China e outros) e mesmo assim não lograram alcançar a
constituição de um verdadeiro Estado-Nação (no sentido de um Estado com uma
identidade nacional unitária), perceberemos, melhor, os desafios que enfrentam
os novos País, resultantes da Descolonização em qualquer parte do Globo.
Esse desafio está presente no
nosso País, tal como se mantém actual em diversos outros.
Conscientes dessa realidade,
entendemos, como imprescindível à coesão
nacional, uma política de sábia conciliação de interesses, partindo do
reconhecimento da nossa diversidade cultural e da necessidade impreterível de
uma séria política de inclusão, como
um bem nacional e não apenas como um obstáculo a combater, através da violência
ou ostracismo declarado.
Esses erros têm sido cometidos no
nosso País, de forma grave e recorrente.
Por: Dr. Wilkinne
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